Aquele casal


Ontem vê um casal de velhinhos de mãos dadas na rua, andando no mesmo ritmo ou ela acompanhava o ritmo lento dos passos dele. Ela muito atenciosa e delicada em cada passo, já ele parecia um pouco fraco, talvez este o motivo de andarem tão devagar.

Naquele momento pensei em me aproximar um pouco, mas fiquei parada observando as próximas cenas.

Ela sentou com ele no banco da praça, logo um menino vendendo picolé passou por eles, no mesmo instante ele acenou para o menino e comprou dois picolés, chocolate para ela e morango para ele. 

Numa risada gostosa de felicidade ela rouba um pedacinho do picolé dele, ele retribui com um sorriso ainda mais bonito, quando finalizam o picolé, delicadamente ela enxuga o cantinho da boca dele com um lencinho que tira da bolça, segura firme na mão dele e saem devagar daquela praça, se olhando de uma forma que nunca vê antes, resplandecendo amor.

Depois daquela cena fiquei ali parada, até sentei em um daqueles bancos, imaginando a sorte de um amor como aquele. Já me apaixonei muito, mas minhas paixões sempre foram passageiras, queria um amor como aquele, ficar velhinha ao lado de alguém que me deixe roubar um pedacinho do seu picolé e ainda ganhar um sorriso tão doce.

Queria a sorte de um amor eterno!

Tâmara Amaral
 Blog renatamassa.com