Como foi o seu dia?





"Como foi o seu dia?"

Por muito tempo esta frase fez parte da minha vida,todas as noites esperava uma pessoa que gostava muito me chamar no whatsapp e me perguntar sobre o meu dia.Confesso que as vezes passava o dia procurando coisas interessantes para fazer somente para ter o que contar.

Mas chega uma hora em nossas vidas que algumas pessoas se perdem de nós, foi isso que aconteceu,sem ele para me perguntar sobre o meu dia.Lá estava eu,perdida no final da noite, numa solidão absurda!

E agora? Para quem vou contar como foi o meu dia? Como vou sobreviver?

Não vim falar que foi fácil,foi difícil sim.Mas enfrentei e sobrevive a falta de atenção,as vezes esperamos tanto dos outros que esquecemos que temos que aprender a viver sozinhos,enfrentar a solidão e encontrar em nos mesmo a companhia que precisamos.

Somente assim estamos preparados para ter alguém com quem falar sobre o nosso dia.Somente assim vamos valorizar a companhia de um outro.

Precisamos enfrentar nossos desertos. Quem sabe assim procuramos um oásis no deserto do outro? 

Acostumei tanto em ter alguém para me perguntar sobre o meu dia, que só valorizei essa pergunta quando não tinha ninguém para me perguntar,comecei a usa-lá com minha mãe,minhas irmãs e todos que estão a minha volta e é isso que as vezes falta em nos,um pouco de atenção ao outro.

-Como foi o seu dia?

Tâmara Amaral





Confesso sou apegada



Confesso sou apegada, me apega a tudo. Desde o papel de tridente que veio antes do primeiro beijo com alguém especial, a roupa que usei num dia bom, a batom que usava quando o conhece o Crush, lugares, momentos, e principalmente me apego a pessoas. Sempre foi assim, muito apega a tudo.

Quando era bem pequena uns 3 anos de idade eu fiquei doente de saudade do meu pai, ele viajou a trabalho e nessa uma semana fiquei sem vê-lo adoece de saudade, tive febre emocional, até o dia que ele chegou.

Com o tempo minha mãe me ensinou a me desapegar um pouco do meu pai e com 5 anos de idade meu pai decide se separar da minha mãe, a vida mudou o percurso, voltamos para casa da minha avó a mais de 1.200 quilômetros de distância, com toda essa distância e toda a mudança na vida de ambos, acabei ficando muitos anos sem vê-lo, hoje em dia faz 6 anos que não o vejo e para falar a verdade faz muito mais, pois a últimas vez que o vê foi por alguns minutos no máximo, mas a vida seguiu e a falta dele já não me afetava mais, minha mãe me treinou para aquilo.

Com tudo que aconteceu me apeguei a minha mãe, em todos lugares ela me levava, até no trabalho dela passava o dia todo.

Em um certo dia ela disse para mim segurar as sacolas das compras sentadinha na praça enquanto ela corria no mercado para pegar algo que esqueceu, tinha uns 8 anos, mas quando vê minha mãe me deixando sozinha comecei a chorar, chorei muito e em menos de 5 minutos minha mãe voltou e me viu chorando, ela me abraçou e me perguntou por que chorava, digo que estava com medo dela ir embora e me deixar sozinha, mesmo ela me explicando que nunca iria me abandonar, cultive o medo de perde-la por muitos anos. Tinha tantos medos e outro que me afetava com grande intensidade era o medo dela morrer, quando ela ficava doente eu chorava muito, cuidava dela e orava pedindo para Deus não me deixar sozinha no mundo,

Enfim, eu fui crescendo e ela me ensinando que não iria perde-la.
Com o passar do tempo troquei meus apegos, sabia que não iria perde minha mãe e comecei a me apegar a coisas fúteis, o pior me apegar a pessoas.

Chega uma hora que você toma consciência da situação, será que sempre vai ser assim? Me desapego de algo para apegar a outra coisa? Nesse ciclo viciante? Mas lembro que já enfrentei meus monstros, meus medos e aprende o principal: Sobreviver, mesmo que nem sempre seja confortável, mas a sobreviver com o que for essencial, deixando as trivialidades de lado, o que preciso hoje é desse amor incondicional da minha mãe e da minha família, agora tenho até um cachorrinho para chamar de meu e sempre acompanhada de um pedaço de papel para escrever um novo capitulo doce e colorido para minha própria história.






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